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Uma das principais metas dos produtores e da indústria de suínos nos últimos anos é aumentar o tamanho das leitegadas. Porém, nesse aumento os ganhos genéticos em prolificidade não são totalmente aproveitados. O maior número de animais vem acompanhado com o aumento da desuniformidade e menor viabilidade de leitões, sendo necessários cuidados especiais com os leitões que nascem com menor peso e que tendem a ser mais suscetíveis à mortalidade.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o número de leitões nascidos vivos aumentou em cerca de três unidades nos últimos dez anos. Esse avanço traz desafios relacionados à nutrição, sanidade e manejo adequado na fase de maternidade, principalmente devido à redução na uniformidade das leitegadas.

Neste artigo, vamos abordar porque nem todos os leitões aumentam o peso da leitegada e o manejo adequado dos animais que pode resultar em maiores ganhos, mesmo com os problemas enfrentados pelos produtores. Acompanhe!

Animais menores ao nascer ganham menos peso

Ao final do período do desmame, os leitões com melhor peso tendem a ter o maior ganho de peso até o abate. Já os animais com menor peso ao nascer têm menor chance de sobrevivência e menor nível de reservas energéticas corporais, maior sensibilidade ao frio e demoraram mais tempo para atingir o complexo mamário, tendo dificuldade para escolher os melhores tetos.

Os leitões maiores tendem a ganhar mais peso do que os leitões menores na leitegada, provavelmente porque os maiores estimulam e drenam mais eficientemente os tetos, demandando mais nutrientes e hormônios da matriz para produção de leite (FRASER, 1990).

Menor imunidade

Além de todos esses desafios, há mais um: o colostro não aumenta com o aumento da leitegada, portanto a quantidade de colostro por leitão é significativamente menor em leitegadas maiores. Segundo Le Dividich & Noblet e Quiniou, a menor ingestão de colostro e leite resulta em menor aquisição de imunidade passiva, gerando um quadro de subnutrição, o que resulta no aumento da mortalidade pós-natal e comprometimento do desenvolvimento.

Oferecimento de energia é uma estratégia para reduzir a mortalidade

Segundo pesquisadores da Embrapa, as causas de mortalidade em leitões são complexas e exigem avaliações profundas em cada sistema de criação. As causas mais comuns são: esmagamento, hipotermia, hipoglicemia, canibalismo e infecções, das quais as três primeiras constituem 80% da mortalidade neonatal.

Para evitar a hipoglicemia, que pode levar a hipotermia e esmagamento, os pesquisadores da Embrapa orientam que é importante promover o rápido e constante fornecimento de energia. Entre essas fontes de energia alternativas está o uso de dietas líquidas, além de estratégias de alimentação com dietas complexas pré-iniciais e enriquecidas com leite e gordura.

De acordo com as pesquisas, essas ações têm gerado bons resultados, afetando positivamente o crescimento de leitões pequenos durante ou após desmama, principalmente quando os animais são de baixo peso (Flemming, 2010).

Produção de suínos em família

Pesquisa desenvolvida pela Embrapa Suínos e Aves mostrou que quando os suínos são alojados em família, sem mistura com outras leitegadas, há bom nível de bem-estar, redução do estresse e diminuição na transmissão horizontal de agentes infecciosos do que em outros sistemas de produção.

Normalmente, na produção de suínos, há a mistura de leitões de diferentes leitegadas de uma mesma granja ou de granjas diferentes no desmame ou saída da creche. Com isso, há maior transmissão e manifestação de problemas sanitários, além de estresse e brigas para o estabelecimento da hierarquia social na baia.

O estudo desenvolvido por três anos na Embrapa visou o uso de um sistema alternativo de produção de suínos em baixa escala, utilizando princípio de produção em família, sem o uso de antimicrobianos promotores de crescimentos, preventivos e curativos, de uso coletivo nas rações e água, como alternativa aos pequenos produtores.

 

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