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A suinocultura moderna preconiza que o desmame de leitões seja feito em torno do 21° ao 28° dia de vida, sendo esta estratégia fundamental para bons resultados econômicos da atividade. Por outro lado, os leitões neste período são imaturos fisiologicamente para os desafios que enfrentarão após o desmame, fazendo necessária a adoção de estratégias que minimizem as consequências do desmame precoce. 

A dificuldade para a produção de ácido clorídrico se caracteriza como um claro exemplo da imaturidade fisiológica na qual se encontram leitões desmamados próximo à 4ª semana de vida. Em situações normais, o pH estomacal deve-se encontrar entre 2,5 a 3,5, sendo o ácido clorídrico o principal responsável pela manutenção destes valores. Devido à baixa capacidade de produção do ácido, leitões desmamados precocemente sofrem com um aumento do pH estomacal, que favorece o desenvolvimento de bactérias patogênicas, além de diminuir a ação de enzimas digestivas como a tripsina e pepsina (que são ativadas em pH próximos a 3). Consequentemente, a digestibilidade dos alimentos é dificultada e há um favorecimento para que bactérias patogênicas se desenvolvam. 

Dentre as várias estratégias nutricionais que podem ser usadas como meio para aumentar a acidificação estomacal de leitões, o uso de ácidos orgânicos se caracteriza como o mais vantajoso e alinhado com as demandas desta fase.  Para que possamos tirar o máximo proveito da ação dos ácidos, bem como diminuir os desafios enfrentados após o desmame, é interessante alinhar as características de cada produto com os objetivos desejados. Nesse sentido, destacamos ser necessário o conhecimento do pKa e da ação bactericida relacionada ao ácido, bem como o entendimento sobre a estratégia de inclusão. Discutiremos abaixo o significativo de cada um desses itens, exemplificando com características do Axxis Safe Nitro, ácido comercializado pela FairFeed.

pKa

O pKa pode ser entendido como o pH no qual metade de um ácido é dissociado e libera íons H+, sendo este íon o responsável pela acidificação do meio. Os ácidos utilizados para a nutrição de suínos são ácidos fracos, com pkA entre 3 a 5. Quanto menor o pKa de um ácido, maior será sua capacidade de reduzir o pH estomacal, visto que este se dissocia mais próximo ao estômago. À medida que o pKa de um ácido aumenta, ele tende a se dissociar principalmente no intestino. 

O Axxis Safe Nitro, por exemplo, é composto por ácidos com diferentes pKas, proporcionando a acidificação da porção estomacal e também garantindo a ação em regiões do intestino.

Ação bactericida

Os ácidos em sua forma não dissociada (quando ainda não liberaram os íons H+) são capazes de penetrar a barreira celular bacteriana e lesar a estrutura de patógenos. De maneira geral, consideramos que ácidos que tenham um maior pKa tendem a exercer melhor sua capacidade antimicrobiana, visto que não são facilmente dissociados em porções do sistema digestório mais próximas ao estômago, ficando em sua forma indissociada e aptos para penetrar na membrana celular bacteriana. 

O Axxis Safe Nitro tem em sua composição os ácidos cáprico e caprílico, que possuem pKa em torno 5 e, consequentemente, conseguem permanecer em sua forma indissociada em diferentes locais do intestino.  De qualquer maneira, a proliferação de bactérias patogênicas como E. Coli, Salmonella e Clostridium perfringens é significativamente reduzida em pH menores que 5, algo que também é facilmente obtido com a adição dietética do Axxis Safe Nitro.

Estratégia de inclusão

Essa etapa deve ser realizada junto a um técnico para alinhamento de questões técnicas e financeiras. O período de inclusão pode ser restrito apenas às duas primeiras semanas pós-desmame, por exemplo, visando atingir o período mais crítico da fase de creche. A inclusão em períodos mais tardios pode acontecer conforme a dinâmica sanitária de cada granja. 

A inclusão do Axxis Safe Nitro pode ir de 1 kg/ton a 2 kg/ton, sendo necessário o acompanhamento de um técnico para ajuste preciso. Alguns ingredientes utilizados na dieta interferem diretamente na acidificação estomacal/intestinal e é o principal fator analisado para o ajuste da quantidade a ser incluída.

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