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A alimentação representa o principal custo para a produção de suínos. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ela representa de 60% a 80% dos investimentos totais na criação, variando conforme a fase do animal e dos preços dos ingredientes da dieta, principalmente do milho e do farelo de soja, principais insumos da alimentação desses animais.

Além do importante peso nos custos de produção, a alimentação também está diretamente relacionada ao desempenho dos animais e, consequentemente, ao retorno econômico da atividade. Por isso, é importante que o produtor tenha especial atenção na nutrição animal, para aliar de forma correta a eficiência e a redução dos custos da atividade.

Nutrição de precisão

A chamada nutrição de precisão pode ser uma importante ferramenta para equacionar custos e produtividade. Segundo Pomar et al (2019), ela compreende com o uso de técnicas que permitem o fornecimento diário de quantidade e da composição nutricional correta do alimento para cada suíno do plantel.

Para isso, é importante que o produtor conheça o valor nutricional dos ingredientes e as exigências nutricionais dos animais para daí formular uma dieta balanceada, ajustando de forma gradual o fornecimento dos nutrientes de acordo com as exigências de cada animal e dos estágios e condições de criação.

Estágios diferentes, dieta distinta

Após o desmame, os suínos têm três fases produtivas: creche, crescimento e terminação. Para cada uma delas há uma necessidade nutricional diferente, principalmente influenciada pelo potencial genético dos animais e pela dieta.

Segundo os pesquisadores da Embrapa, é importante lembrar que o comportamento alimentar e o desempenho dos animais também estão relacionados ao seu bem-estar, à ambiência, ao manejo e à sanidade, cabendo ao produtor saber contornar os desafios que surgem em cada uma das fases.

Creche: Aos 21 dias de vida, logo após o desmame, os leitões vão para a fase de creche. Os animais são separados da mãe, por isso, é um momento crítico, com a troca de ambientes, reagrupamento, formação de nova hierarquia, além de adaptação aos comedouros, bebedouros e nova dieta.

De acordo com especialistas em nutrição, o consumo de alimento nessa fase representa 2,6% do total de ração à época do abate e o desempenho influencia até 30% no ganho de peso até o abate.

O ideal é oferecer aos animais rações complexas com ingredientes de alta qualidade e digestibilidade como leite em pó, concentrado proteico de soja, lactose cristalina, soro de leite, farinha de peixe, plasma sanguíneo, nucleotídeos, minerais orgânicos, leveduras, palatabilizantes, acidificantes e aromatizantes.

Crescimento: Nesta fase, também chamada de engorda, os animais são separados por peso e a taxa de crescimento é acelerada. Ocorre normalmente aos 63 ou 70 dias da vida dos animais até os 100 a 110 dias, ou dos 25kg aos 29kg e dos 55kg aos 65 kg.

Há mais velocidade de decomposição de tecido magro na fase do crescimento, por isso, o consumo alimentar tende a ser menor do que as exigências nutricionais, necessitando que as rações tenham bom aporte energético e proteico para a mantença e adequado crescimento muscular.

Fase determinante para a qualidade da carne suína, é preciso alimentos que possam ser consumidos com mais rapidez, como os úmidos ou líquidos, mas também pode ser disponibilizadas diversas formas físicas de rações, como peletizadas, trituradas e fareladas.

Terminação: Fase final, de acabamento, antes do abate. Os animais precisam alcançar as características de carne exigidas pelo mercado, atingindo entre 90 a 100 kg. Na terminação, os suínos consomem mais alimentos que necessitam e a deposição de gordura é maior do que a de proteína.

Os custos com alimentação nessa fase são maiores e é preciso fornecer rações balanceadas, compostas por ingredientes como milho, soja e cereais alternativos como sorgo, milheto, triguilho, triticale, além de resíduos agroindustriais. O fornecimento de macro e microminerais, além de vitaminas, são essenciais para a manutenção da saúde dos animais.

Senta que lá vem a história…

Agora que você já sabe os principais pontos para fornecer uma dieta adequada para produzir suínos com alta qualidade a um preço adequado, que tal falarmos um pouquinho de como a nutrição tem sido pesquisada no Brasil?

Como vimos, a nutrição é uma parte importante do processo de criação, mas é um assunto também bastante complexo, tendo sido necessários muitos estudos para chegarmos ao nível de conhecimento que temos hoje.

A Embrapa Suínos e Aves é uma instituição importante nesse processo. Ela foi e é fundamental para desmistificar o uso de diferentes alimentos na produção de aves e suínos como o trigo, que até meados da década de 1990 era considerado exclusivo para uso humano e hoje é um importante ingrediente para a suinocultura, principalmente na entressafra do milho.

Outros ingredientes alternativos estudados pela Embrapa foram o farelo de canola, mandioca, sorgo, subprodutos do beneficiamento do arroz e subprodutos de origem animal. Tudo para fornecer mais opções para o produtor!

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